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50 anos da FDTE e do primeiro computador brasileiro foram tema de exposição da USP

 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023
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Em fevereiro deste ano o Espaço USP Integração & Memória, da reitoria da Universidade de São Paulo, expôs o primeiro computador feito no Brasil, “batizado” de Patinho Feio. O evento celebrou os 50 anos do equipamento pioneiro da informática nacional e tambem da criação da Fundação para o Desenvolvimento Tecnológico da Engenharia (FDTE), primeira entidade do gênero instituída pela USP.

 

O Patinho Feio foi projetado e construído por professores e alunos da Escola Politécnica nos anos de 1971 e 1972. O visitante pode conhecer também o G-10, o primeiro computador industrializado no Brasil, fabricado a partir de 1980 pela Cobra (Computadores Brasileiros S.A). O projeto do G-10 foi liderado pela FDTE e teve a participação de pesquisadores da Poli, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da Marinha do Brasil, utilizando o Patinho Feio como base.

  

Por meio de fotografias e reportagens de jornais da época, a exposição contou como foi o desenvolvimento do Patinho Feio, cuja memória era de 4 kbytes, um milhão de vezes menor do que os celulares atuais. E a repercussão de sua inauguração, que contou inclusive com a presença do então governador do Estado de São Paulo, Laudo Natel. 

 

A celebração também marcou os 50 anos da Fundação para o Desenvolvimento Técnico da Engenharia (FDTE), instituição idealizada por docentes e pesquisadores da Poli para viabilizar o desenvolvimento de projetos que unem a Universidade ao mercado e à sociedade, e assim possibilitar que a USP estivesse à frente do projeto do G-10. Após aprovação do Conselho Universitário, a FDTE foi oficialmente criada em 2 de dezembro de 1972.

 

Pioneirismo e tradição - No evento de abertura da exposiçõ estiveram presentes o reitor da Universidade, professor Carlos Gilberto Carlotti Junior, o diretor de Operações da FDTE, professor José Roberto Castilho Piqueira, e oficiais da Marinha do Brasil.

Em seu depoimento, Piqueira ressaltou o marco que o Patinho Feio foi para a época e o legado deixado para a indústria da computação do Brasil. “Trata-se do primeiro computador para uso acadêmico do Brasil, construído apenas com recursos próprios da Escola Politécina, em valores equivalentes a um carro popular na época. Essa inovação possibilitou a inserção do Brasil no mercado da computação, mostrando que o país tinha condições de desenvolver os próprios produtos, o que foi confirmado com o projeto do G-10”, lembrou. Piqueira ressaltou tambem que o Patinho “foi responsável pela formação de centenas de engenheiros graduados, mestres e doutores que proveram a indústria de informática no país com recursos humanos extremamente criativos e qualificados”.

 

Já o reitor reforçou a importância de preservar a memória de projetos como o Patinho Feio, que fazem parte da história da Universidade, e destacou o pioneirismo da FDTE. "Fazemos exposições como essa para que o Patinho Feio seja visto como um símbolo da USP, de modo a inspirar nossos estudantes e pesquisadores a seguir obtendo feitos como esse”, afirmou. “Hoje falamos muito em empreendedorismo e inovação, em levar as novas descobertas tecnológicas da academia para a sociedade, mas isso já acontecia há 50 anos, com instituições como a FDTE, que já tinham essa visão”, acrescentou.  

Depois da exposição, o Patinho Feio foi levado para as dependências da Diretoria da Escola Politécnica da USP, enquanto o G10 voltou para as instalações da Marinha do Brasil na Cidade Universitária.

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